terça-feira, 3 de maio de 2011

resposta

Eu não respondi.
Acho que vou responder...
Para mostrar que não sou como ela que me deixou 6 meses esperando uma resposta.
6 meses.
Depois desse tempo ela vem dizer que sente minha falta.
Eu vou responder.
Mas não vai ser agora e nem sei o que dizer.
Sou louco por ela
Mas pra que vou dizer que senti falta?
Para que dizer que estou com saudade?
Vai mudar nada.
Minha vida está aqui.
O que aconteceu não tem como consertar nem remendar.
Então pra que reaproximar?
Para que colocar de novo na minha vida algo que já estou querendo esquecer?

sexta-feira, 1 de abril de 2011

cerveja, mentira e The Doors

A expectativa era grande.
Mais de 10 mensagens de celular trocadas e parecia que tudo ia bem.
O plano era perfeito:
um aconchegante restaurante na beira da praia, com mesinhas baixas na areia, a menos de 10 metros do mar e arranjos com velas decorando cada mesa.
A cada minuto, a espera de uma mensagem como:
"Já estou livre. Pode vir me ver."
Esta mensagem nunca chegou.
Em vez disso, veio o aviso que a prima não passava bem e iriam para casa.
Começou a chover.
Amanhã será um novo dia.
Enquanto amanhã não chega,
uma cerveja com um amigo é a melhor opção.
Conversa, risos e confidências.
Final de noite.
Voltando para casa.
Na mesma calçada, a poucos metros, a vejo antes que ela note minha presença.
Ela não sabe o que fazer.
Abraça a prima que supostamente deveria estar em casa passando mal,
e fica de costas.
Provavelmente na esperança de que eu não a veja.
Faço questão de cumprimentar.
Um beijo, um abraço e um seco boa noite.
Sigo com meu amigo em direção ao carro.
Apago as mensagens.
Apago o contato.
Mexendo no celular apagando todos os vestígios
do que foi quase uma história.
Toca The Doors na rádio.
Continua chovendo.

sábado, 19 de março de 2011

batalhas

Mesmice. Rotina. Nada de novo.
Busco novas emoções, aventuras, desafios.
Não encontro nada que seja ao mesmo tempo desafiador e tentador.
Está faltando a fagulha de motivação,
que desencadeia a sensação de adrenalina, de estar vivo,
de saber que é necessário muita garra e disposição.
Vontade de guerrear.
Tempos difíceis que deixam marcas e cicatrizes,
e cada uma delas conta sua própria história.
História de batalha, sofrimento e vitória.
Essas cicatrizes há muito estão caladas.
Há muito não surgem novas para compartilharem duas experiências.
Preciso de novas batalhas,
novas cicatrizes,
novas histórias.

amarelo

Gosto do verde. Do azul. Do branco.
O marrom eu respeito, com o preto tenho cautela.
Eu não simpatizava com o vermelho,
quase como algo escandaloso.
Foi quando conheci o amor.
E vi que o amor também pode ser vermelho.
Conhecendo o amor, encontrei o amarelo.

3 décadas (os tubarões)

Primeira década: o tubarão-martelo.

Um tubarão como os outros, mas diferente.
Os outros o julgam diferente, ele se sente diferente.
Um tubarão que não se sente encaixado no mundo dos tubarões.
Apesar de ser um.

Segunda década: o tubarão-baleia.

Ele se sente diferente mas se sente feliz por não ser como os outros.
Nada sozinho, conhece outros lugares.
Sabe que é um tubarão, mas consegue alcançar mais, conquistar mais.
Ele sabe que pode mais, é diferente e isso lhe dá alegria e paz.
Um tubarão quase mais que um tubarão.

Terceira década: o tubarão branco.

Está no topo. Sabe o que quer e vai alcançar.
Não liga se foi um martelo e se sentia diferente
e nem que foi um baleia navegando mar afora.
A hora é agora de fazer suas escolhas e agarrar o que é seu.
Objetivos e conquistas.

última festa

Último dia de festa.
As cervejas estão geladas,
os limões cortados e o salão preparado.
Todos aguardam a hora do início.
A última.
O vizinho influente reclamou.
Reclamou dos sorrisos, das conversas, dos abraços, dos beijos,
dos brindes, dos gritos, da dança e da música.
A lua reflete no mar calmo enquanto a banda dá o ritmo da festa.
Alegria. Paz. Felicidade.
Momentos guardados para sempre na memória.
As lembranças cada vez mais numerosas na mente e no coração tranquilidade.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

mais ou menos?

Mais um dia.
Menos um dia.
Esperando por algo?
Querendo parar o tempo?
A referência do que é almejado muda o que é mais importante:
mais um dia ou menos um dia.
Para mim:
mais um dia e menos um dia.

sem

Passei ali sem querer passar.
Te vi sem querer te ver.
Sofri sem querer sofrer.
De tanto sofrer, esqueci de mim,
e esquecendo de mim,
sem querer esqueci de você.

vento sul

Nesta manhã o barco saiu em direção à ilha.
Estava tudo bem até que o vento sul surgiu.
É um pequeno paradoxo.
O vento que limpa a água também é o vento que balança o mar e se impôe ante os barcos.
Mudamos a rota.
Encontramos um lugar abrigado.
Estávamos protegidos do vento sul.
Melhor com ou sem vento sul?
Melhor água quente e suja ou limpa e fria?
Prefiro frio.
A gente se esquenta.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

casa azul

Um sapinho adentrou a casa azul.
Escondeu-se atrás da roda da bicicleta.
Nem com um sapato velho nem com uma vassoura em sua direção ele se assustou.
Por fim, ao conseguir colocar para fora de casa,
resolvi recompensá-lo com um bom banho de mangueira.
Ele se assustou e fugiu.